quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Enxeragando D'us

Enxergando D'us

Para enxeragar D'us devemos nos livrar de conceitos infantis sobre Ele.
De vendas espirituais adquiridas.
A maior dificuldade para enxergar D'us são as vendas espirituais que adquirimos
na infância, é dificil para uma criança enxergar D'us de forma abstrata. Na cabeça
da criança, de acordo com o nível de compreensão de cada uma, D'us precisa de
um corpo ou algum tipo de forma para existir. No entanto a medida que cresce,
que amadurece intelectual e espiritualmente, precisa encontrar outro paradigma-
uma nova estrutura conceitual para entender D'us; para ver D'us.
O problema é que a maioria de nós não encontra esse paradigma.

Somos bombardiados por midia, religiões e informações que não condizem
com a realidade de D'us. Tais como um velho de barba branca e etc que são coisas infantis.
O maior desafio é nos livrar dessas vendas espirituais que nos impedem enxeragar D'us.

De acordo com o livro Enxergando D'us do Rabino David Aaron que traz ensinamentos
de Cabalá (Parte profunda da Torá, dada ao profeta Moshé Rabenu (Moisés)) de modo
prático e realista, não podemos limitar D'us, D'us é tudo e está em tudo, se o fizessemos estariamos fazendo Avodá Zará (idolatria). D'us não pode ser limitado nem a uma palavra por isso a Torá se refere ao nome de D'us composto pelas letras hebraicas, iud, he, vav, he e que
é escrito em português como Y/H/V/H, não é uma palavra e sim um tetragrama que
significa "foi/é/e/será" sugerindo fonte e contexto eternos de toda existência, Aquele
que abarca todo tempo, todo espaço e todo ser.
Inclusive segundo a lei judaica, a pronúncia do tetragrama é proibida. Por isso o judeu
religioso o substitui, nas rezas, por uma palavra completamente diferente - Ado - nai (Eterno).
Isso é para lembrar ao judeu que o que ele vê não pode ser dito; o que vivencia não pode ser definido com palavras ou conceitos. De acordo com a Cabalá, não se deve relacionar nehum
nome ou letra a Realidade Suprema. Então o que fazemos para falar sobre Y/H/V/H sem ficarmos presos a conceitos? O judaísmo evita o problema dizendo simplesmente Hashem, que
em hebraico, significa "o Nome". Essa prática não nos familiariza com um nome; não se usa um nome. Dizer "o Nome" - Hashem - nos lembra que a realidade suprema está, de fato, além de todos os nomes, todos os termos e todas imagens.

A Cabalá inspira uma mudança completa de paradigma e conceitos adquiridos. Ela ensina que Hashem não existe na realidade - Hashem é a realidade. E não existimos ao lado de Hashem; existimos dentro da realidade que é Hashem.

Há uma metáfora que pode nos ajudar a entender nossa relação com Hashem. Trata -se
da relação entre pensamento e pensador: Se crio um homem na minha imaginação, onde
esse homem existe? Na minha mente. Esse homem existe dentro de mim, mas não sou
esse homem. O homem imaginado não sou eu. Ele continuara existindo enquanto eu
continuo a pensar nele. Caso contrário, ele deixa de existir. Mas eu continuo a ser o mesmo.
Não me tornei inferior depois de tê-lo criado em minha imaginação.

Da mesma forma, somos fruto da criação de Hashem. Existimos em Hashem. Mas não somos
Hashem e Hashem não é nós. É um conceito místico. Não há nada destituído de Hashem.
Tudo está em Hashem, Hashem está em tudo, mas Hashem está além de tudo.

Existimos dentro da realidade, incorporamos a realidade, mas, mesmo assim, não somos
a realidade. E se deixássemos de existir, a realidade continuaria, nada menos do que antes
ou depois da criação.

Se quisermos uma relação madura com Hashem, precisamos estar dispostos a mudar
de paradigma. Porém, abondonar velhos conceitos é muito difícil. A mente pode ser como
uma prisão. Escapar dessa prisão da nossa imaginação pode ser mais difícil do que fugir de
uma prisão de cimento e grades. Precisamos escapar do velho conceito nocivo de D'us.


Referência:
Enxergando D'us. Dez lições de vida da Cabalá, Rabino David Aaron